Compositor: Guillermo Galván
Abre, abre, devagar
Diga o que vê, diga-me o que vê se há algo
Um manancial breve e fugaz entre as mãos
Passa a afinar, definir de um traço
Sintonizar, reagrupar pedaços
À minha coleção de medalhas e de arranhões
Já está aqui, quem o viu
Dançar como um laço em um ventilador
Quem diria que sem carvão
Não há reis magos?
Ainda restam vícios por aperfeiçoar
Nos dias raros
Nos destamparemos na intimidade
Com a ponta do sapato
Já está aqui, quem o viu
Dançar como um laço em um ventilador
Quem iria dizer que sem borrão
Não há trato?
O futuro se vestiu
Com a roupa nova do imperador
Quem iria dizer que sem carvão
Não há reis magos?
Nos restam muitos mais
Presentes por abrir
Moedas que, ao girar
Descubram um perfil
E começa em celofane
E acaba em eco